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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cafundó

Cafundó

A área do Cafundó é de 7,8 alqueires para uma população de cerca de oitenta habitantes, sendo que apenas sete falam a língua africana denominada cupópia (nascida no Caxambu, Sarapuí), que é o traço africano principal. Retirando tal peculiaridade, observa-se na comunidade a cultura rural comum em todo o Brasil.


Há no Cafundó basicamente duas famílias: os Caetano e os Pires Pedroso.
A palavra "Cafundó" não tem origem tupi. A palavra "Cafundó" tem outra explicação na seção Entrevista do site do pesquisador Sílvio Vieira de Andrade Filho:
http://www.cafundo.site.br.com/cafundo_indice.html


Lançamento do livro sobre o Cafundó
Na noite de 07 de dezembro, com a presença de várias autoridades, ocorreu o lançamento do livro “Um Estudo Sociolingüístico das Comunidades Negras do Cafundó, do Antigo Caxambu e de seus Arredores” de autoria do Dr. Sílvio Vieira de Andrade Filho. O livro, resultado da tese de doutorado do autor na USP, foi patrocinado pela Prefeitura Municipal de Sorocaba através da Secretaria de Educação e Cultura com o apoio do Fundec (Fundo de Assistência à Educação e à Cultura).
As pessoas que lotaram as dependências do Espaço Cultural Municipal (Sorocaba Clube) inclusive puderam contemplar uma exposição de 102 fotos do mencionado livro em vários murais e num telão do recinto.


A "cupópia"


No século XIX, Salvador de Almeida Leite, nascido em 1804, organizou a Fazenda do Caxambu, em Sarapuí, com a presença de escravos. Em 1872, Salvador de Almeida Leite fez um testamento fechado em que ele declara ser solteiro e não ter filhos. Assim, ele dá liberdade a seus escravos bem como lhes deixa a Fazenda do Caxambu com casa, paiol e engenho de moer cana. Portanto, já havia libertação de escravos na região de Sorocaba bem antes da Abolição. Na noite de 21 de janeiro de 1879, falece Salvador. Nos seus inventários de 1879 e 1880, encontra-se o seu testamento que foi cumprido totalmente. Os doze beneficiários pagaram os impostos como revela um recibo coletivo que se encontra no inventário de 1880, prova evidente do reconhecimento dos novos proprietários pelo Governo Imperial. Os ex-escravos tocaram a vida na Fazenda do Caxambu. Valdomiro, um dos descendentes dos antigos beneficiários, viveu no Caxambu de 1924 a 1936. Ele afirma que a referida fazenda tinha terra fértil e muita fartura. O plantio e a colheita eram em forma de mutirões, onde participavam inclusive mulheres e crianças. Por ocasião de enchentes, o pessoal fazia colheitas em botes, em meio ao coaxar ensurdecedor de sapos. Quem participava dos mutirões recebia os produtos da colheita em pagamento, pois lá não havia dinheiro. Os habitantes da fazenda viviam em ranchinho de sapé e pescavam muito tabarana, bagre e curimbatá. Na Fazenda do Caxambu, sempre havia festas e bailes que atraíam pessoas da região como Cascais, Congonhas e Cafundó. Não faltavam comes e bebes nas danças realizadas sob luz de lampiões e ao som de tambores e sanfonas

Foi na Fazenda do Caxambu que os antigos escravos começaram a falar, no século XIX, uma fala cheia de palavras africanas que eles chamavam de cupópia. Com os vários casamentos de pessoas do Cafundó com pessoas do Caxambu, que fica a 6 quilômetros aproximadamente do Cafundó, a cupópia passou a ser falada também no Cafundó no começo do século XX. Por causa dos laços familiares e de amizade, alguns caxambuenses e cafundoenses viveram nos dois lugares. A proximidade das comunidades também ajudava os freqüentes contatos.

No Cafundó, há duas famílias: uma descendente de Antônia e outra descendente de Ifigênia. Caetano Manuel de Oliveira, do Caxambu, casou-se com Ifigênia do Cafundó, dando início ao relacionamento entre as duas comunidades negras. Isto implica o fato de ser a cupópia cafundoense falada apenas pelos Caetano, descendentes de Ifigênia. O Cafundó tem uma população de 60 habitantes e somente 12 são falantes da cupópia. Destes 12 falantes, há quatro dos Pires que assimilaram a tradição lingüística dos Caetano. Duas filhas de Ifigênia casaram-se também com dois irmãos do Caxambu.

Hoje não há mais ninguém dos descendentes no local onde foi a antiga Fazenda Caxambu. Alguns destes foram definitivamente para o Cafundó. Outros parentes dos que estão no Cafundó e dotados da mesma tradição cultural africana destes, na luta pela sobrevivência, estão em Votorantim, em Salto de Pirapora, em Sorocaba, etc.

Assim, o patrimônio cultural chamado cupópia representa interesse tanto dos cafundoenses quanto dos caxambuenses. Quando se reúnem, os falantes da cupópia caxambuense formam um grupo bem maior que o grupo que está no Cafundó. O artigo 68 da atual Constituição do Brasil beneficia os que estão morando em comunidades negras.

 Entrevista com Ariovaldo


O que você acha do cafundó para salto de Pirapora?

R:"Eu acho muito importante pela cultura e história que os quilombos respesentam ao nosso município".

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